Além do contentamento: o papel de cada um para a tão almejada felicidade no trabalho
Leia o artigo de Fabiana Galetol,Diretora Executiva de Pessoas e Responsabilidade Social Corporativa da Pluxee no Brasil.
Desde que nascemos, buscamos a felicidade. Quando pequenos, de forma instintiva e quando temos mais consciência das nossas escolhas, a felicidade se torna um objetivo constante e presente em todos os âmbitos de nossas vidas. No trabalho, essa busca não seria diferente. É nessa parte que percebemos um senso de essencialidade cada vez maior para a felicidade. Passamos grande parte de nossas vidas nos dedicando à carreira e à vida profissional. Dessa forma, encontrar satisfação no que fazemos deixa de ser algo apenas desejável, mas, sim, fundamental para o nosso bem-estar geral. Nesse artigo, vamos refletir sobre o tema e buscar entender quais são as responsabilidades da empresa para proporcionar ambientes mais leves e saudáveis e o que nós, trabalhadores, podemos fazer para encontrar situações mais favoráveis nessa caminhada.
Vou começar respondendo uma pergunta básica, mas nem sempre simples: o que é felicidade no trabalho? Posso dizer que ela vai além de gostar do que se faz. Resumindo tudo o que já estudei sobre o assunto, vejo que a felicidade no trabalho envolve um sentimento de realização, que geralmente está ligado a um propósito claro e uma satisfação palpável ao realizar as tarefas diárias. É a sensação constante de fazer parte, de contribuir para algo maior, encontrar significado nas funções diárias e finalmente ter o sentimento de que se é valorizado.
Não se trata de um bem-estar emocional ou qualquer sensação momentânea, ao cumprir um prazo ou entregar um bom projeto. É, sim, algo maior que impacta em vários fatores que incluem desde a qualidade do trabalho realizado até saúde mental dos profissionais.
Com colaboradores felizes, pode-se aumentar a produtividade, reduzir turnover, favorecer equipes inovadoras e criativas, melhorar o engajamento, reduzir conflitos, além de, por fim, como consequência das outras etapas, fortalecer a marca no mercado. Isso porque os colaboradores são os maiores influenciadores e os primeiros vendedores de uma instituição. São eles que trabalham o marketing na raiz.
Nesse sentido, é importante que as empresas virem uma chave e parem de pensar em felicidade no trabalho apenas como uma questão ética ou momentânea, mas, na verdade, como uma estratégia inteligente para o sucesso a longo prazo de suas empresas, seja ela de qualquer porte.
Ainda são muitas as dúvidas de como fazer isso tudo dar certo. E arrisco dizer que não há uma fórmula: cada companhia deve conhecer o seu público interno e traçar seu plano, sempre acompanhando e mudando a rota quando necessário. Mas algumas táticas costumam funcionar na maioria dos casos, bem como: desenvolvimento contínuo dos profissionais, feedbacks estruturados, constantes e mútuos – equipe e liderança, flexibilidade de horário, reconhecimento e recompensas, ambiente inclusivo e igualitário, fornecimento de recursos para a manutenção da saúde mental, comunicação transparente e aberta, adoção de benefícios variados incluindo assessorias diversas para bem-estar, saúde mental e financeira e, para mensurar o que está dando mais certo, a aplicação regular de pesquisas de clima sérias e confiáveis.
A grande dúvida é se a felicidade dos colaboradores depende só da empresa. E, mais uma vez, essa resposta pode variar caso a caso. Claro que, mesmo a empresa fazendo sua parte e oferecendo as melhores condições de trabalho, ainda assim podem existir colaboradores infelizes em suas funções. E como falamos em propósito e ele varia de pessoa para pessoa, a felicidade do colaborador também depende dele mesmo.
Alguns recursos ajudam o trabalhador a ter um dia a dia melhor e a encontrar seu propósito onde quer que ele esteja. Quando se tem objetivos claros, por exemplo, com metas bem direcionadas, fica mais claro onde se quer chegar. Existe um ditado que diz “para quem não sabe o que quer, qualquer coisa serve”. Em parte essa frase é verdadeira, mas pode ser também uma oportunidade para autoconhecimento e trocas na própria empresa para identificação de um objetivo ou uma nova área de atuação. Ter conhecimento do que se quer facilita saber se determinada empresa poderá ajudar o indivíduo a chegar lá.
Estar aberto a novas atividades e ter ciência de quais delas podem contribuir com o seu crescimento também é importante. Muitas vezes, as empresas oferecem diversas possibilidades de crescimento, basta saber enxergar e aproveitar. Por fim, é importante ressaltar que a felicidade no trabalho está longe de ser apenas uma aspiração pessoal ou só uma obrigação da empresa. Mas aqui temos um fato: quando conscientes, as companhias têm uma grande ferramenta nas mãos e ela é capaz de criar recursos para que a empresa atinja o sucesso e longevidade. Entretanto, para isso, é imprescindível que se pense a felicidade no trabalho com permanência, pois essa é uma questão longe de ser efêmera ou passageira.
*Fabiana Galetol é Diretora Executiva de Pessoas e Responsabilidade Social Corporativa da Pluxee no Brasil. A executiva acumula passagens pelas áreas de RH, comunicação interna e externa, gestão de marca/publicidade e canais de distribuição, com vivência internacional nos Estados Unidos e países da América Latina. Possui vasta experiência em negócios, direcionamento estratégico, aconselhamento e planejamento de gestão de pessoas. Antes da Pluxee, atuou como Head de Comunicação na IBM Brasil, empresa onde permaneceu por mais de 29 anos. Formada em Economia pela Universidade Federal Fluminense, Fabiana também é pós-graduada em Comércio Internacional pela Fundação Getúlio Vargas e Marketing pelo IBMEC. É mentora voluntária na Leading.Zone, startup de desenvolvimento humano.